O Blackning lança seu segundo álbum oficial, com a vantagem de ser uma banda que vive na estrada, talvez uma das que mais tocaram ao vivo nos últimos tempos. Tanto tempo de estrada tem seus benefícios, que acabaram por se refletir nesse AlieNation, que saiu na segunda metade desse ano, pois a banda mostra um entrosamento e uma coesão em suas composições dignas de bandas com vários anos de experiência.
O que se pode comprovar de inicio é que as musicas estão mais maduras, não que o Order of Chaos sofresse desse problema, mas aqui conseguimos logo de cara sentir a evolução da banda como um todo, onde cada membro domina seu instrumento não deixando o pique cair. Outro ponto positivo é que os sons apresentam o peso característico do Blackning, porém trazem mais harmonia nos riffs e principalmente nos solos de guitarra, isso abre espaço para um andamento onde baixo e batera mostram suas qualidades com precisão.
As letras novamente abordam temas atuais da humanidade, com foco na ideia de que a sociedade, aqui representada pela criança, é manipulada por certas ordens sem se dar conta, vivendo uma total alienação, desse conceito saiu a ideia do titulo do CD. Vale lembrar que os temas não são conceituais, ou seja, não tem ligações entre si.
A capa segue na mesma linha do anterior, sendo inclusive feito pelo mesmo artista (Marcus Zerma – Black Blague Design), e representa esse conceito lírico, mostrando a criança agora já crescida, sob o manto de uma ordem, afirmando que a nossa sociedade evoluiu sobre a “influencia” de certas “entidades” que manipulam toda a ordem mundial.
O álbum conta novamente com a produção do Fabiano Penna (Rebaelliun), que teve a tarefa de tirar o máximo possível dos músicos em estúdio, alem de participar da faixa Weapons Of Intolerance. O álbum traz também a participação de Lohy Silveira (Rebaelliun) nas faixas Devil’s Child e Corporation, essa ultima inclusive conta com letras a cargo do André Alves (ex-Diablo Musica, Statues On Fire, Nitrominds).
Como destaque temos a Street Justice, que mostra toda a fúria do trio do ABC Paulista já de cara, Mechanical Minds por sua vez tem um andamento mais cadenciado, Dark Days mostra toda a técnica do baixista Francisco Stanish, por sua vez o batera Hellvis Santos mostra toda sua habilidade e apuro em Dyed In Blood e na fantástica Devil’s Child, sem contar com toda a segurança dos vocais e guitarras que Cleber Orsioli mostra na execução de vários momentos desse trabalho.
O Blackning é uma banda relativamente nova no cenário, mas conta com músicos muito experientes no seu cast, e o AlieNation, por ser apenas o segundo trabalho de estúdio dos caras, já mostra que podemos esperar muito mais dessa banda e que logo mais estarão figurando entre as melhores bandas do estilo no Brasil.
(Por: Nei Batera - Programa Samhain)