CASTIFAS, CREPTUM, MORK VISDOM, OPUS SECRETUS no Caveira Velha Rock Bar
Por volta de 16h30min encontrava-me no Caveira Velha Rock Bar, localizado em Jandira – região metropolitana de São Paulo. A viagem foi tranquila, a Rodovia Castelo Branco é ampla, bem asfaltada e, se for de moto, tem a vantagem não pagar os R$ 4 de pedágio. O clima estava semelhante ao de outono, vento gelado, mas com um sol de fim de tarde que quebrava a friagem e ainda combinava a bela paisagem do horizonte. O acesso da cidade também melhorou consideravelmente desde as primeiras vezes em que lá estive: recapearam o asfalto, sinalizaram, limparam.
Há o que se destacar também quanto as melhorias feitas no Caveira Velha desde a primeira vez em que estive por lá. Para quem ainda não conhece este bar, trata-se de um mezanino cuja entrada é feita através de uma modesta porta seguida por uma escadaria e que termina na bilheteria da casa, no alto. Dentro, o espaço foi redimensionado de modo que se obteve maior amplitude para um público de cerca de 200 pessoas. O palco é condizente com o espaço da casa e, atrás e ao fundo, há um outro ambiente com duas mesas de bilhar, sanitários e camarim. Os preços do bar são justos e o atendimento é de irmandade!
O festival estava marcado para iniciar às 19 horas e o cast teria Mork Visdom, Creptum,
Opus Secretus e, encerrando a noite, Castifas. Cheguei, portanto, duas horas e meia antes do início do festival e, como sempre gosto de fazer, reservei meu espaço ao balcão do bar e lá me estabeleci com cerveja gelada e ótima conversa. Até aquele instante não havia chegado ninguém das bandas com exceção do Danny Kerak Troyll da Mork Visdom e, aqui aproveito para agradecer minha entrada como convidado da banda!
No bar, a conversa era boa, enquanto isso as produtoras / distribuidoras assentavam seus materiais, dentre algumas raridades em cassete, para venda enquanto as bandas iam chegando paulatinamente. Os caras da Creptum foram os primeiros a aparecer e seguiram direto ao camarim para deixar seus instrumentos, alguns minutos depois, os cariocas da Opus Secretus e Castifas também chegaram. Faltava, ainda, a chegada de todos os músicos da Mork Visdom que, até então, não havia acontecido. Esse momento de espera promoveu um certo atraso no festival até que, algum tempo depois soube que o seu baixista e baterista não poderiam comparecer e, portanto, lamentavelmente teríamos um desfalque considerável cast do festival. Isso me frustrou um pouco, uma vez que não tive ainda a oportunidade de assistir o Mork Visdom com a formação atual.
Diante do fato, a Creptum passaria a ser a primeira banda a se apresentar e, portanto, subiram ao palco para passar o som e, em seguida preparar-se com suas indumentárias. Naquela altura já passávamos do horário previsto para início do festival. Por volta das 20h40min, a Creptum ressoava os primeiros acordes com a poderosa “On The Pale Horse”, hino que estará presente no debut album “Of lies, curses and blood” a ser lançado brevemente, ainda este ano. Na sequência entoaram a matadora e conhecida “The Fall Of The Nazarene Whore” do EP The Age Of Darkness. A coesão da banda é notória, as execuções das músicas são precisas e a performance on stage destaca-se com movimentos de Deimous Nefus e T. Aversvs ditando a dinâmica. Foi o segundo show que assisti da Creptum constatando extremas competência! O set list apresentou majoritariamente os novos sons!
Às 22h20min foi a vez da Opus Secretus, banda formada recentemente no Rio de Janeiro e que traz influencias das mais odiosas hordas do Raw Ortodox Black Metal noventista como Dark Throne, Deinonychus, Ungod, Funeral Winds e Impurity! Eles estarão lançando o single “Proper Domain” e posteriormente a DT Blackmass neste ano. E foi com esta faixa título, após introdução, que eles iniciaram seu show. Seus hinos traduzem o mal, a violência, a insanidade, louvores a Satanás com gritos de ódio. Seu vocalista encarna um “black priest” e pratica bastante interação com o público enquanto os demais músicos permanecem frios sobre o palco! O som estava alto, sujo e infernal! Ao final do show entoaram “Kun Aurinko Kuoli” da Azaghal com apoio do público, seu set list apresentou Intro + 7 sons!
Por fim, a aguardada Castifas, horda fundada a mais de 20 anos e que possuem os Full-lenght Journey Through The Darkness Path (2005) e o mais recente Bloodlust And Hate (2015). O set list foi forjado majoritariamente por hinos de seu segundo álbum, porém algumas delas sendo regravações de faixas constantes também no debute álbum. Iniciaram o show com o Pure Evocation ao público que se fazia presente que paulatinamente saciava-se com seus acordes crus e diretos, ódio e perversidade. Eis uma horda fundamentada no Raw Black Metal, que se apresenta de forma orgânica, fria e enegrecida! Naquela altura, já passávamos das 23 horas e infelizmente parte do público havia-se retirado por questões de transportes. O Caveira localiza-se em bairro residencial, isso de certa forma obriga a quem for de transporte público a programar a volta dentro de horários oferecidos por ônibus e trens. Por isso, a importância dos festivais realizados por lá seguirem mais rigorosamente possível o cronograma. Ao final do show da Castifas, após fecharem a noite com “Lucyfer My Master”, houve tempo para confraternizarmos com churrasco e cerveja antes de voltar lá pelas 2 da manhã.
PAVLLVS MOVRA, MMXVI.VIII
MORK VISDOM set list:
[não houve]
CREPTUM set list:
On The Pale Horse
The Fall Of The Nazarene Whore
Killing For Satan
Against The Lies
Intro / The Black Sword / Outro
Burn The Cross
Disciple Of Evil
On The Arms Of Death
OPUS SECRETUS set list:
Intro
Blackmass
Spitting Hatred For Humans
The Eternal Path Of Darkness
Proper Domain
Kun Aurinko Kuoli [Azaghal cover]
Ave Lucifer (Act I)
The Cold Will Predominate Inside Me
CASTIFAS set list
Pure Evocation
Bloodlust And Hate
A World Of Bones
Screams And Torment
The Mystic And Occult Son Of The Moon
Into The Cerimonial Sodom
Lucyfer My Master