INFINITY - "Hybris"
Label: Hammer of Damnation (clique aqui para acessar o site da gravadora)
ANÁLISE
O que faz uma gravadora nacional lançar agora, em 2019, um álbum que saiu originalmente em 2017? E ainda por cima, de uma banda que, com certeza, é completamente desconhecida aqui nas paragens tupiniquins?
Com estas perguntas na mente, começo a audição de "Hybris", último trabalho da holandesa INFINITY.
Para minha surpresa, logo nos primeiros acordes percebo que "Hybris" é um disco que possui algo a mais, começando de forma espetacular na grande introdução "Arousing the Sleeping Serpent". Se bem que nem dá pra considerar esta uma intro, pois seus arranjos esbanjam charme em construções altamente técnicas. O que sobra aqui falta em muitas "músicas" por ai.
Assim que as coisas começam de fato, "Destroy the Human Within" surge como uma tempestade, onde mais uma vez é impossível não se impressionar com o virtuosismo de B.Xul (baixo, bateria e vocais) e Draconis (guitarras - vocais adicionais). Construída em cima de uma letra interessantíssima, esta foi a escolha perfeita para abrir o disco.
As influências do metal tradicional surgem em "Wrath of the Djinn" com riffs alucinantes servindo como ponte para passagens extremas. Torna-se uma tarefa hercúlea encontrar um destaque em meio a tantos elementos conexos. Como se a banda encontrasse aqui o equilíbrio entre o som complexo e as bases "simples", que são feitas para as apresentações ao vivo.
Mas calma.... O melhor ainda está por vir!
Depois do hipnótico prelude chamado "The Fall", temos aquela que leva o nome do disco: "Hybris". Segundo o encarte do álbum, esta é uma palavra do antigo grego que significa "orgulho extremo". Ou o estado onde a consciência atinge a concepção de "anti-divindades". E toda esta filosofia é decantada em um andamento mais melódico, pesado e profano. Por mais que soe bem diferente do restante do álbum, aqui reside um dos grandes momentos de toda audição.
Provando que "Hybris" (o disco) continua interessante mesmo após tantos grandes momentos, "At the Crossroads", numa toada rápida e agressiva até que somos inundados por torrenciais bases e solos que remetem ao apogeu das bandas suecas. E quanto mais os segundos avançam, mais percebemos o quanto este disco é obrigatório. Os solos desta faixa estão entre os mais interessantes que já ouvi.
As duas faixas seguintes, "Oracle of the Dead" e "The Mountain of Oath" conseguem a proeza de não deixar diminuir o nível do álbum. Todos os elementos anteriores estão aqui (bases intrínsecas, vocais vociferados, mudanças constantes e brilhantes de andamentos, técnica sobrenatural), fazendo destas também grandes momentos de "Hybris".
Em "Prometheus Unbound", a penúltima do disco, temos um dos momentos mais rápidos da INFINITY. Faixa perfeita para apresentações ao vivo, temos aqui, talvez, sua maior proximidade com bandas como DISSECTION ou UNANIMATED. Não que isso diminua o som da banda, pelo contrário, mostra toda a versatilidade e talento que possuem. Tente ouvir esta faixa parado e verá o quão poderosa é!
Cerca de quarenta e cinco minutos depois de seu início, "Hybris" chega ao fim com a faixa "LCF". E este hino às hostes luciferianas é a faixa perfeita para encerrar esta peça seminal. Riffs que oscilam nas diversas influências da banda enquanto a letra versa sobre a verdadeira filosofia da escuridão marcam outro grande momento do disco.
VEREDITO
Não há nada mais prazeroso no underground do que descobrir diariamente novas e excelentes bandas. A INFINITY é uma delas. Se você não a conhece, ouça "Hybris" sem medo.
Aliando letras altamente inspiradas, instrumental acima da média, uma produção impecável (a cargo de Tore "Necromorbus" Gunnar Stjerna - Necromorbus Studio) e uma parte gráfica de encher os olhos, este é um daqueles lançamentos que se tornará, a cada nova audição, mais especial.
Respondendo às perguntas do início desta análise, a HAMMER OF DAMNATION, numa atitude fantástica e digna de quem reconhece e valoriza o verdadeiro underground, presenteou os headbangers brasileiros com uma pequena obra-prima.
Este disco é indicado apenas para quem verdadeiramente apoia o underground, pois não merece estar em qualquer estante!
NOTA FINAL
Fato curioso: Este disco foi lançado no primeiro semestre de 2019 e.v. e ainda não teve suas vendas esgotadas.
Comprovando que o banger brasileiro ainda procura gastar seu dinheiro com discos medianos de bandas conhecidas a investir em grandes discos de bandas desconhecias.
Sortudos os que puserem as mãos nesta preciosidade!
9.0/10
(Daniel Aghehost)
TRACK-LIST
1.Arousing the Sleeping Serpent [Intro]
2.Destroy the Human Within
3.Wrath of the Djinn
4.The Fall [Prelude]
5.Hybris
6.At the Crossroads
7.Oracle of the Dead
8.The Mountain of Oath
9.Prometheus Unbound
10.LCF