RESENHA: POSSESSED - Revelations of Oblivion (2019)

24/06/2019 20:28 em Resenhas

POSSESSED - Revelations of Oblivion

Label: SHINIGAMI RECORDS (clique aqui para acessar o site da gravadora)

HISTÓRICO

Uma das bandas mais lendárias de todos os tempos, a americana POSSESSED é responsável pela criação do Death Metal com seu primeiro álbum, chamado "Seven Churches".

De lá pra cá, a banda lançou o também clássico "Beyond the Gates" e mais uma infinidade de materiais que mantiveram o nome da banda em evidência.

Atualmente formada por Jeff Becerra (vocais - único membro da formação inicial), Emilio Marquez (bateria), Daniel Gonzalez e Claudeous Creamer (guitarras) e Robert Cardenas (baixo), a banda assinou com a gigante NUCLEAR BLAST para o lançamento do aguardadíssimo "Revelations of Oblivion" (lançado no Brasil pela SHINIGAMI RECORDS) .

ANÁLISE

Uma das coisas mais improváveis aconteceu: a veterana POSSESSED, contrariando todas as expectativas, lançou um novo álbum, "Revelations of Oblivion".

Mesmo com os singles que foram lançados ("Abandoned", "No More Room in Hell" e "Shadowcult"), ninguém poderia imaginar que lançariam algo próximo dos registros anteriores. E que álbum!

A introdução "Chant of Oblivion" sepulcra quase trinta anos de hiato (sim, neste período lançaram inúmeros materiais adicionais, mas álbum completo mesmo só o grande "Beyond the Gates") e este período parece nunca ter existido assim que a já citada "No More Room in Hell" estoura pelos falantes. Aquela sujeira de "Seven Churches" (1985) está aqui, intacta, feroz e juvenil. Mesmo com a produção moderna que o disco possui.

Mas Jeff Becerra (vocais - único membro desde sua formação) talvez não conseguisse vociferar com tanto ódio se não estivesse tão bem acompanhado: As guitarras de Claudeous Creamer e Daniel Gonzalez mostram quanta técnica possuem em riffs e fraseados de cair o queixo. Os trabalhos de baixo e bateria (Robert Cardenas e Emilio Marquez, respectivamente) beiram o absurdo, tamanho peso e técnica.

Com instrumentistas deste quilate, faixas como "Dominion" (um resgate aos anos 80), "Damned" e "Demon" funcionam de forma perfeita, destilando toda a agressividade que o estilo precisa. Mesmo a aproximação com o clássico Thrash Metal não compromete o som atual da POSSESSED. Pelo contrário, o torna ainda mais interessante, já que torna a banda ainda mais inclassificável.

Lembro quando ouvi o primeiro single deste vindouro trabalho, "Abandoned" e não senti muita animação com o que ouvi. Incrível como hoje esta faixa está perfeitamente alocada no meio do álbum. E ouvi-la novamente, anos depois, tornou esta experiência muito mais prazerosa. Sem dúvidas, hoje é um dos grandes momentos deste álbum!

Mal ouvimos os primeiros segundos de "Shadowcult" e já constatamos: Como este disco é bom! Diferente de tudo que ouvimos hoje em dia, "Revelations of Oblivion" é a síntese perfeita entre raiva, peso, técnica e agressividade. Muito disso também deve-se, verdade seja dita, à mixagem perfeita do grande Peter Tägtgren, que conseguiu extrair a melhor forma de cada um dos membros na maneira mais violenta possível.

"Omen", assim como a já citada "Demon", é a canção que possui mais variações dinâmicas de andamento, tornando tudo ainda mais interessante do que já é. Porém o ritmo frenético do álbum retorna em "Ritual", onde novamente temos uma banda inspirada para um vocalista insandecido. Chega a emocionar quando temos riffs ultraviolentos com solos duplos, onde cada um dos guitarristas parece travar uma batalha silenciosa com seu parceiro em solos mirabolantes e extremos. Rapidez é a palavra.

As excelentes "The Word" e "Graven" encerram de forma brutal este que, sem dúvidas será um dos grandes álbuns do ano.

VEREDITO

Sinto um prazer inenarrável quando ouço um disco matador de uma banda veterana. Aconteceu poucas vezes, é verdade, mas uma destas vezes foi ao ouvir "Revelations of Oblivion", dos mestres da POSSESSED.

Claro que não será um álbum que irá criar um estilo ou uma tendência. Mas não precisa, afinal esta banda já fez isso uma vez quando simplesmente criou o Death Metal.

Mas que será um álbum que encantará tanto os fãs mais antigos quanto aos que a conhecerão pelo streaming, isto será!

E como é maravilhoso ouvir o Jeff Becerra com toda essa vitalidade, vociferando como se o futuro não existisse!

9.0/10

(Daniel Aghehost)