ANVIL - Pounding the Pavement
Label: Steamhammer (Clique aqui e acesse o site da gravadora) e Shinigami Records (versão nacional - clique aqui e acesse o site da gravadora)
HISTÓRICO
Um dos maiores expoentes do Heavy Metal canadense, o trio ANVIL teve seu início com o single "School Love", lançado no longínquo ano de 1981.
De lá pra cá, foram 16 álbuns que, se não catapultaram a banda para o merecido estrelato, pelo menos construíram uma sólida reputação entre seus seguidores.
Lançado no início de 2018 pela gravadora STEAMHAMMER, este disco ganhou uma versão nacional pela SHINIGAMI RECORDS.
ANÁLISE
A canadense ANVIL é uma daquelas bandas que a maioria dos Headbangers respeitam, mas que ninguém de fato apoia. Já ouvi vários comentários dizendo que a ANVIL é uma das melhores bandas do metal (ou uma das mais injustiçadas), porém, excetuando-se os clássicos “Metal on Metal” (1982) ou “Forged in Fire” (1983), são raras as vezes em que vi outros de seus discos na prateleira de algum colecionador.
E infelizmente "Pounding the Pavement" não veio para mudar esta sina.
O riff interessante de "Bitch in the Box" abre o disco. Mas a empolgação dos primeiros segundos logo se esvai, quando a música se torna previsível demais. O que é curioso, já que a parte instrumental é cativante. Mas a história das "desventuras" de Lips com a voz de um GPS não decola.
As coisas melhoram em "Ego". Mais rápida que a anterior, funciona muito melhor em um álbum de Heavy Metal. Toda aquela velocidade e inconsequência da ANVIL dos anos 80 estão presentes aqui. É por faixas como esta que lembramos porque Robb Reiner é considerado um dos melhores bateristas do Heavy Metal. Grande faixa!
Apesar de não ter o nível da anterior, "Doing What I Want" e "Smash Your Face" não comprometem. Mas também não se esforçam para melhorar as coisas.
Talvez o problema destas duas músicas citadas é que estão entre "Ego" e "Pounding the Pavement". Aqui a ANVIL volta a arrancar sorrisos dos ouvintes. Uma certeira faixa instrumental que transborda Heavy Metal. Toda a qualidade dos músicos é bem explorada pela produção cristalina de NOME DO PRODUTOR. Escolha perfeita para nome do álbum.
Robb Reiner volta a empolgar os ouvintes com sua atuação em "Rock the Shit": Um Hard Rock simples, direto, lembrando muito os primórdios do rock n' roll. E esse clima Hard Rock permanece em "Let it Go", porém sem o mesmo carisma da faixa anterior.
A maior faixa do álbum é também uma das mais interessantes: "Nannok of the North" (inspirada em um documentário de mesmo nome) é uma das faixas mais inspiradas da banda nos últimos anos. Saem aqui as letras ingênuas e divertidas e temos algo muito bem construído. Além disso, o ritmo mais arrastado ouvido aqui trouxe à tona toda a técnica e coesão da banda. Até os solos estão muito bem encaixados nesta faixa.
As coisas voltam a acelerar em "Black Smoke". O problema é que, a esta altura, a sensação de "já ouvi isso antes?" torna-se uma constante.
E esta sensação permanece em "World of Tomorrow" (talvez a mais fraca do álbum) e "Warming Up" (grande momento do disco, mas que sofre por estar em seu final - já que algumas pessoas podem se cansar antes desta pequena pérola).
A versão analisada pela Dark Radio possui uma faixa bônus, "Don't Tell Me", que não acrescenta muito ao disco, mas vale pelo carinho com o ouvinte que adquirir esta versão.
VEREDITO
A ANVIL tornou-se mundialmente famosa nos anos 80 e sentiu na pele um "revival" deste sentimento no lançamento de um documentário sobre seus dias atuais. Porém esse frenesi não se concretizou em reconhecimento musical, já que seus lançamentos após este documentário praticamente passaram batido pela grande maioria dos headbangers.
"Pounding the Pavement" não é um disco ruim. Seu maior problema é oscliar músicas muito boas com músicas cansativas e repetitivas.
Infelizmente este não é um problema apenas da ANVIL, mas da grande maioria dos recentes lançamentos das bandas clássicas.
NOTA FINAL
Não deixe de ver, logo abaixo, o vídeo feito para a música “Bitch in the Box”. Aquele jeitão único da banda (principalmente de Lips) que vimos no documentário “The History of Anvil” está de volta em momentos que vão do engraçado ao estranho em segundos.
(Daniel Aghehost)
TRACK-LIST
1.Bitch in the Box
2.Ego
3.Doing What I Want
4.Smash Your Face
5.Pounding the Pavement
6.Rock That Shit
7.Let It Go
8.Nanook of the North
9.Black Smoke
10.World of Tomorrow
11.Warming Up
12.Don't Tell Me