PRIMEIRAS IMPRESSÕES: KERRY KING - From Hell I Rise (2024)
22/05/2024 11:47 em Resenhas

KERRY KING  - From Hell I Rise

(Reigning Phoenix Music)

 

 

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O álbum de estreia solo de KERRY KING, "From Hell I Rise", é uma verdadeira celebração do thrash metal, um gênero que King ajudou a moldar ao longo de sua carreira lendária com o SLAYER. Este álbum de 13 faixas e pouco mais de 40 minutos é uma explosão de riffs intensos, solos avassaladores e vocais agressivos, mantendo viva a chama que King acendeu há décadas.

O álbum começa com "Diablo", uma faixa instrumental de dois minutos que prepara o terreno com uma introdução robusta e tensa. A habilidade precisa da banda é evidente desde o primeiro acorde, criando uma sensação de antecipação que se funde perfeitamente em "Where I Reign". Esta segunda faixa define o tom feroz do álbum com riffs de velocidade relâmpago e uma agressão implacável. Os vocais de Mark Osegueda, vocalista do DEATH ANGEL, trazem um toque familiar e ao mesmo tempo fresco, remetendo aos dias de glória do SLAYER, mas com uma nova energia.

"Residue" é a terceira faixa, começando com uma batidas em ritmo de guerra antes de explodir em uma caminhada de ritmo médio, com guitarras pesadas e solos intricados. Aqui, a química entre King e o guitarrista Phil Demmel brilha, proporcionando uma experiência carregada de groove, um desvio interessante da fúria thrash pura que permeia o álbum. Esta faixa mostra que King não tem medo de experimentar dentro dos limites do thrash.

"Idle Hands", o primeiro single do álbum, avança com energia frenética e destruição explosiva. O trabalho de guitarra de King está no seu auge, e os vocais de Osegueda são implacáveis, incorporando o espírito caótico do thrash metal. A combinação de velocidade e precisão é algo que só veteranos experientes podem alcançar, tornando esta faixa um dos pontos altos do álbum.

"Trophies of the Tyrant" oferece uma experiência mais curta, mas igualmente intensa. Com estompes de groove sérios e batalhas de guitarra em dueto, esta faixa destaca a habilidade da banda de combinar proficiência técnica com poder bruto. O ritmo pulsante e as letras venenosas fazem dela um destaque do álbum, mantendo a intensidade em alta.

"Crucifixation" é profundamente reminiscente do SLAYER, com riffs agressivos e vocais raivosos. A faixa inclui uma construção lenta e sinistra em seu ponto médio, com linhas de baixo esmagadoras e tambores trovejantes (brilhante trabalho do baixista Kyle Sanders e do veteraníssimo Paul Bostaph – como esse cara está tocando!!!) , antes de explodir de volta em um ritmo frenético. Essa dualidade captura a essência da habilidade de composição de King, misturando tensão e liberação de forma magistral.

"Everything I Hate About You" é um golpe rápido e afiado de thrashcore, desafiando os ouvintes a manterem a cabeça balançando. Com apenas um minuto e meio de duração, essa faixa é uma explosão implacável de energia que mostra a capacidade da banda de entregar música intensa em um formato compacto.

"Toxic" inicia o último terço do álbum, com letras politicamente carregadas expressando fúria contra males sociais e governamentais. A estrutura da música é um testemunho da capacidade de King de criar canções que são tanto musical quanto liricamente impactantes. "Two Fists" traz uma borda punk ao álbum, esmagando os ouvintes com sua energia bruta e desenfreada. Esta faixa, com seu thrash infundido de punk, se destaca por sua atitude desafiadora e alta velocidade.

"Rage" faz jus ao seu nome, entregando três minutos de puro ódio. Os solos são prevalentes, repletos de atitude e devastação. Esta faixa sintetiza toda a capacidade da banda de manter a intensidade do início ao fim, tornando-a perfeita para os pescoços intactos até aqui.

"Shrapnel" começa com uma atmosfera sombria e riffs sinistros, gradualmente construindo tensão antes de liberar uma torrente de agressão. Os vocais de Osegueda aqui são particularmente viscerais, cortando a mixagem com intensidade bruta. A estrutura da faixa, com suas mudanças dinâmicas e solos avassaladores, mostra a habilidade técnica da banda e sua capacidade de criar música envolvente e com várias camadas.

A faixa-título, "From Hell I Rise", fecha o álbum com a mesma ferocidade com que começou. Esta faixa final encapsula os temas de desafio e raiva do álbum, com tambores trovejantes, mudanças dinâmicas de tempo e riffs devastadores. A letra final, "Eu vejo a religião morrer. Venha assistir comigo," deixa uma impressão poderosa, reforçando o espírito rebelde do álbum.

Embora o álbum não se desvie muito do estilo estabelecido de King, ele oferece variedade suficiente para manter os ouvintes engajados. Faixas como "Residue" e "Trophies of the Tyrant" introduzem elementos de groove, enquanto "Two Fists" e "Everything I Hate About You" trazem uma influência punk à mistura. Essa diversidade, junto com a intensidade implacável do álbum, faz dele uma experiência interessante.

A musicalidade em "From Hell I Rise" é de altíssimo nível, com cada membro trazendo seu melhor. A bateria de Paul Bostaph fornece uma espinha dorsal implacável, impulsionando as músicas com precisão e poder. Kyle Sanders no baixo e Phil Demmel na guitarra entregam performances que são tecnicamente impressionantes e profundamente agressivas. Os vocais de Osegueda são um destaque, capturando a intensidade bruta necessária para igualar o trabalho de guitarra de King. Sua performance em faixas como "Residue" e "Two Fists" se destaca, adicionando uma borda visceral ao álbum.

 

 

VEREDITO

"From Hell I Rise" é uma estreia sólida para Kerry King como artista solo. Ele equilibra familiaridade com um renovado senso de propósito, oferecendo uma experiência catártica para os ouvintes.

A colaboração com músicos experientes resultou em um álbum robusto e agressivo que reafirma o lugar de King no panteão do metal. Embora possa não alcançar as alturas inovadoras do trabalho inicial do SLAYER, é um poderoso lembrete de que Kerry King está longe de terminar, continuando a entregar música que é tão vital e agressiva como sempre.

Para os fãs que lamentam o fim do SLAYER, "From Hell I Rise" proporciona uma dose muito necessária de fúria thrash metal.

(Daniel Aghehost)

 

8.5/10

 

 

TRACK LIST

1. Diablo

2. Where I Reign

3. Residue

4. Idle Hands

5. Trophies of the Tyrant

6. Crucifixation

7. Tension

8. Everything I Hate About You

9. Toxic

10. Two Fists

11. Rage

12. Shrapnel

13. From Hell I Rise

 

 

 

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