BRUCE DICKINSON - The Mandrake Project
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PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Após uma espera de quase duas décadas, BRUCE DICKINSON retorna com "The Mandrake Project", um álbum solo que desafia as expectativas e redefine a sua trajetória musical. Este projeto é uma amalgama de estilos, histórias e inovações sonoras que prometem capturar a imaginação do ouvinte desde o primeiro acorde. Conhecido por sua presença dinâmica como frontman de uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos (se alguém chegou agora de marte e não sabe, estamos falando da britânica IRON MAIDEN), Bruce utiliza este projeto para explorar profundezas sonoras que transcendem os limites do heavy metal tradicional. Este álbum não é apenas uma coleção de faixas; é uma jornada épica através de paisagens sonoras variadas, cada uma contando sua própria história única, rica em detalhes e emoção.
O álbum se destaca imediatamente por sua diversidade, não se prendendo a uma única identidade musical. "Afterglow of Ragnarok", a faixa de abertura e primeiro single, é um exemplo perfeito dessa variedade, mergulhando os ouvintes em um universo de riffs pesados, melodias cativantes e solos de guitarra eletrizantes. Contrariando a expectativa de uma continuidade direta do seu trabalho anterior, "Tyranny of Souls" (2005), Dickinson apresenta um repertório que varia do hard rock ao metal progressivo, passando por baladas introspectivas e explorações sonoras quase cinematográficas.
"Many Doors to Hell" imerge em uma atmosfera reminiscente dos anos 80, evocando a essência do SCORPIONS em sua abertura e desdobramento. Já "Rain on the Graves" desafia as primeiras impressões com sua narrativa envolvente e refrão inesquecível, destacando-se pela capacidade de Bruce de imergir o ouvinte em um conto musical rico e multifacetado. "Resurrection Men" surpreende ainda mais com sua temática de “faroeste spaghetti” e guitarras flamencas, provando a habilidade do álbum de cruzar fronteiras estilísticas sem perder a coesão.
Entre as faixas, "Fingers in the Wounds" se revela uma peça de mestre, combinando letras poderosas com uma execução musical que passeia do épico ao íntimo, com destaque para o uso expressivo do piano. "Eternity Has Failed", conhecida pelos fãs da IRON MAIDEN em uma versão anterior (já que a original, “If Eternity Should Fail” abre o disco “The Book of Souls”, de 2015), ressurge aqui com uma nova roupagem que, segundo muitos, supera a gravação da banda.
"Mistress of Mercy" e "Face in the Mirror" mostram as facetas mais versáteis de Dickinson, explorando temas líricos profundos e arranjos musicais que vão do agressivamente elétrico ao acusticamente reflexivo. "Shadow of the Gods" e a extensa "Sonata (Immortal Beloved)" encerram o álbum com uma demonstração de virtuosismo vocal e composicional, estabelecendo um final épico para a jornada.A produção de Roy Z é um ponto alto do álbum, trazendo uma clareza e dinâmica que enriquecem cada faixa.
A colaboração entre Bruce e Roy é evidenciada não apenas na qualidade sonora, mas também na ousadia das composições. Juntos, eles criam um espaço onde a guitarra, o baixo e os teclados não apenas complementam a voz icônica de Dickinson, mas se entrelaçam em uma narrativa musical complexa e envolvente. E por falar em teclados, a participação de Maestro Mistheria, nos teclados, enriquece ainda mais o álbum, já que Mistheria consegue criar atmosferas perfeitas, que vão da suavidade ao terror característico de filmes clássicos.
"The Mandrake Project" é um testamento da evolução artística de BRUCE DICKINSON. Longe de ser uma repetição de seus trabalhos anteriores com a IRON MAIDEN ou em sua carreira solo, este álbum se posiciona como uma obra autêntica e inovadora. A diversidade de gêneros e estilos, combinada com a maestria lírica e vocal de Dickinson, faz deste projeto uma adição valiosa ao cenário do rock e metal.
VEREDITO
"The Mandrake Project" não é apenas um retorno de BRUCE DICKINSON ao mundo dos álbuns solo; é uma declaração de sua incessante busca por novos desafios e expressões musicais. Este trabalho representa um marco na carreira de Dickinson, solidificando sua posição como um dos vocalistas e compositores mais versáteis e respeitados do rock. Com "The Mandrake Project", Bruce não apenas atende às expectativas de seus fãs, mas as supera, entregando um álbum repleto de paixão, inovação e musicalidade excepcionais. A espera de 19 anos valeu a pena, revelando um projeto maduro que promete deixar uma marca indelével na história da música.
(Daniel Aghehost)
8.7/10
TRACK LIST
1. Afterglow of Ragnarok
2. Many Doors to Hell
3. Rain on the Graves
4. Resurrection Men
5. Fingers in the Wounds
6. Eternity Has Failed
7. Mistress of Mercy
8. Face in the Mirror
9. Shadow of the Gods
10. Sonata (Immortal Beloved)