Ozzy Osbourne: O Legado Eterno do Príncipe das Trevas

Ozzy Osbourne, o eterno "Príncipe das Trevas", faleceu neste 22 de julho de 2025, aos 76 anos, deixando um imenso vazio no universo do heavy metal. Sua trajetória, marcada por uma voz única, performances inesquecíveis e uma vida de altos e baixos, transformou-o em uma lenda do rock.

Desde os dias revolucionários com o Black Sabbath até sua carreira solo, Ozzy moldou o gênero com autenticidade e ousadia.

Uma Vida Dedicada ao Rock

Nascido John Michael Osbourne em 3 de dezembro de 1948, em Aston, Birmingham, Inglaterra, Ozzy cresceu em uma família operária, enfrentando dificuldades financeiras. Filho de um trabalhador fabril e de uma dona de casa, ele viveu em uma casa apertada com vários irmãos, onde as tensões familiares eram frequentes.

Diagnosticado com dislexia, abandonou a escola aos 15 anos, trabalhando em empregos como encanador e em matadouros. Sua juventude rebelde incluiu uma breve prisão por roubo, mas a música tornou-se sua salvação. Inspirado pelos Beatles, especialmente por "She Loves You" em 1963, Ozzy começou a cantar em bares locais, plantando as sementes para sua futura carreira com o Polka Tulk Blues Band, que evoluiria para o Earth, que posteriormente se transformaria em Black Sabbath.

Em 1968, Ozzy uniu-se a Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward para formar o Black Sabbath, uma banda que redefiniu a música pesada. Inspirados pelo filme de terror Black Sabbath, eles criaram um som sombrio, com riffs pesados e letras que abordavam guerra, alienação e ocultismo.

O álbum de estreia, Black Sabbath (1970), chocou com faixas como "N.I.B.", enquanto Paranoid (1970), com hits como "Iron Man" e "War Pigs", alcançou o topo das paradas britânicas. A voz crua de Ozzy, descrita como "hipnótica" por especialistas, combinada com letras sociais, marcou uma era. Álbuns como Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973) consolidaram o Black Sabbath como criadores do heavy metal. No entanto, o abuso de álcool e drogas levou à sua saída da banda em 1979, depois de diversos conflitos internos.

Após deixar o Black Sabbath, Ozzy, com apoio de Sharon Arden (sua futura esposa), lançou Blizzard of Ozz (1980), com o virtuosismo de Randy Rhoads. Faixas como "Crazy Train" e "Mr. Crowley" tornaram-se hinos. A morte de Rhoads em 1982 foi um golpe, mas Ozzy seguiu com álbuns como Bark at the Moon (1983) e No More Tears (1991), contando com a colaboração de músicos como Zakk Wylde.

Sua carreira solo, com 13 álbuns, solidificou sua reputação. Sua habilidade de se reinventar o manteve relevante por décadas.

Último Show: Uma Despedida Memorável

Em 5 de julho de 2025, Ozzy realizou seu show final, intitulado "Back to the Beginning", em Birmingham, reunindo-se com os membros originais do Black Sabbath.

Devido à progressão do Parkinson, diagnosticado em 2003 e tornado público em 2020, ele se apresentou sentado em um trono adornado com morcegos. O evento, assistido por 42.000 pessoas e transmitido para milhões, que assistiram on line, contou com apresentações de bandas como Metallica, Halestorm, Gojira, entre muitas outras, celebrando o legado do Black Sabbath e, consequentemente, de Ozzy Osbourne.

O Fim de uma Era

Ozzy enfrentou problemas de saúde por décadas, incluindo um grave acidente de quadriciclo em 2003, o que ocasionou várias cirurgias na coluna. Sua luta contra o Parkinson, que o deixou incapaz de andar nos últimos anos, foi amplamente documentada. Apesar disso, ele continuou ativo, gravando álbuns como Patient Number 9 (2022) e planejando seu memoir Last Rites (livro de memórias previsto para outubro de 2025).

Em 22 de julho de 2025, 17 dias após seu show de despedida, Ozzy faleceu em sua casa em Buckinghamshire, cercado por sua família. A notícia foi dada nas redes sociais por seus familiares. A causa da morte não foi informada.

Legado no Heavy Metal

Ozzy Osbourne é amplamente reconhecido como um dos fundadores do heavy metal, com o Black Sabbath estabelecendo as bases do gênero. Suas letras, a maioria escrita por Geezer Butler, abordavam temas como guerra, alienação e misticismo, ressoando com uma geração desiludida. Sua carreira solo expandiu esses limites, incorporando elementos de hard rock e baladas. O festival Ozzfest, criado por Sharon, lançou bandas como Slipknot e Disturbed, consolidando sua influência. 

Além da música, The Osbournes (2002-2005) transformou Ozzy em uma figura pop, mostrando-o como um pai atrapalhado, mas amável, e pavimentando o caminho para reality shows modernos. Tributos de artistas como Elton John e Motörhead, após sua morte, destacam seu impacto. Ozzy definiu um gênero e mostrou que é possível se reinventar, mesmo diante de adversidades.

**********************************************************************************

Ozzy deixa órfãos todos aqueles que ouvem Heavy Metal.

É como se tivéssemos perdido alguém da família, um amigo muito próximo….

RIP OZZY OSBOURNE

(03/12/1948 - 22/07/2025)

E obrigada por tudo!!

**********************************************************************

Fernanda Scobino (Produtora e apresentadora do programa Momento Cultural)

Leia mais matérias sobre cultura no site Meu Momento Cultural