RESENHA: EMBRACE OF THORNS - Scorn Aesthetics

Resenhas

Publicado em 22/10/2018

EMBRACE OF THORNS - Scorn Aesthetics

Label: IRON BONEHEAD PRODUCTIONS - Clique aqui para acessar o site

HISTÓRICO

Uma das grandes representantes do Metal Extremo grego, a EMBRACE OF THORNS surgiu no ano de 1999 na cidade de Atenas. Responsável por grandes trabalhos, como "...for I See Death in Their Eyes..." (2007) e "Praying for Absolution" (2011), a banda acaba de lançar seu novo trabalho, "Scorn Aesthetics" pela gravadora IRON BONEHEAD PRODUCTIONS.

ANÁLISE

Os suaves primeiros segundos de "The Wanderer and His Shadow" logo são destruídos por uma brutal aliança entre o clássico Death Metal e o lado sombrio do Black Metal. Não espere aqui aquela típica sonoridade das bandas extremas gregas (apesar desta característica aparecer em pequenas doses aqui e acolá). O que temos nesta faixa é uma brutalidade que cativará de imediato os amantes do metal extremo. Peso, técnica e agressividade abrem "Scorn Aesthetics", novo álbum da EMBRACE OF THORNS.

"Mutter Aller Leiden" vem a seguir, mostrando toda a técnica da banda. O excelente trabalho das guitarras de Herald of Demonic Pestilence e Archfiend DevilPig se destacam nessa faixa.

Duvida?

Aumente o volume logo após os dois minutos! Riffs certeiros fazem desta faixa um dos grandes momentos do álbum.

Aliás, todo o instrumental merece destaque. O insano trabalho desenvolvido por Maelstrom (bateria), assim como o baixo de Rampike complementam um time muito acima da média.

A cadenciada "Reducto Ad Absurdum" comprova tudo que dissemos. Uma cozinha simples, porém marcante, guitarras fortemente inspiradas pelo Heavy Metal clássico e uma grande atuação do vocalista Archfiend DevilPig. O único problema desta faixa é destoar de outras mais marcantes do álbum, como, por exemplo, "Stoking the Fire of Resentment" (o que Maelstrom faz aqui beira o sobre-humano!!!) ou a faixa-título (uma longa introdução serve de prenúncio pra um dos momentos mais épicos do álbum, onde o instrumental e os vocais criam a atmosfera perfeita para o álbum. Escolha perfeita para faixa título!!). Estas duas citadas possuem características mais marcantes que "Reducto Ad Absurdum".

Um breve tema incidental anuncia a maior faixa do álbum: "In Our Image, After Our Likeness". Seus mais de nove minutos de um andamento cadenciado (mesmo que lampejos de momentos mais agressivos surjam às vezes), podem cansar facilmente a maioria dos ouvintes. O mesmo acontece na última do álbum: "Wolf Uncaged Prometheus". Seu ritmo lento como faixa anterior pode causar uma sensação ruim, como se toda a experiência de "Scorn Aesthetics" fosse enfadonha.

VEREDITO

Volto a repetir: o cenário underground atual é composto por uma infinidade de lançamentos diários. É praticamente impossível termos contato com a maioria desses lançamentos, fazendo com que muitas obras de destaque fiquem mergulhadas por muito tempo no submundo (em detrimento de outras, mais duvidosas, que possuem alcance maior por diversos motivos).

"Scorn Aesthetics', da grega EMBRACE OF THORNS não possui o mesmo poderio de "Praying for Absolution", por exemplo, mas é um álbum que honra o Black/Death Metal.

Uma pena (ou não) que, em meio a tantos outros lançamentos, este ficará apenas na mão daqueles que garimpam o underground.

NOTAS

* "In Our Image, After Our Likeness" possui, em seu início, o célebre discurso de Jim Jones proferido em 1978, quando seus seguidores cometiam suicídio coletivo. Pesquise mais sobre esta história e veja o quão bem construída é esta letra.

* Destaque também para a excelente arte de capa feita pelo artista Mattias Frisk. Linda e perturbadora, pode ser interpretada como um dos diversos tormentos diários sofridos por Prometeu. Acima da média!

(Daniel Aghehost)